Apenas 13% dos estudantes da UFU são negros: 'Há um processo de exclusão muito elevado', afirma pró-reitor

  • 20/11/2025
(Foto: Reprodução)
Estudante de Engenharia Aeronáutica da UFU, Grace Anne Rodrigues TV Integração/Reprodução A cada 100 alunos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), apenas 13 são pretos ou pardos. O dado é da própria instituição, que aponta que muitos jovens negros ainda não veem a universidade como um espaço possível. De acordo com a Diretoria de Administração e Controle Acadêmico (Dirac), a presença de estudantes pretos e pardos na UFU é de apenas 13%. Isso equivale a 2.711 alunos entre mais de 21 mil. A universidade pública segue as diretrizes da Lei de Cotas desde 2013 e reserva 50% das vagas para alunos da rede pública, priorizando candidatos de baixa renda e autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Mesmo assim, o pró-reitor de Graduação, Valdenor Barros Morais, comentou que os números refletem a desigualdade histórica na educação. ✅ Clique aqui e siga o perfil do g1 Triângulo no WhatsApp Valdenor explica que, mesmo com a política afirmativa, muitos jovens negros não enxergam a universidade como um lugar possível. Para ele, a universidade acaba refletindo um pouco o espelho da sociedade e da escola. “Nós acreditamos que muitos dos jovens acabam se autoexcluindo. Entendem que a universidade é algo muito distante. Não sei se vocês sabem, mas ainda tem gente aqui na cidade que acha que se paga para estudar na UFU. Então, há um processo de exclusão muito elevado", comentou. Apesar do número, a Dirac aponta ainda que o número real de alunos negros pode ser maior, já que mais de 5 mil estudantes não declararam cor ou etnia na matrícula. Histórias que mostram desafios e conquistas A estudante de Engenharia Aeronáutica Grace Anne Rodrigues, uma das poucas alunas negras do curso da UFU, conta que só conseguiu chegar até a universidade graças ao incentivo de professores durante o ensino fundamental. Para ela, avançar até o ensino superior representa um progresso ainda pequeno, mas significativo. “Eu tive oportunidades que grande parte da população negra não teve. Meus professores me incentivaram a participar de Olimpíadas, e isso fez diferença”, lembrou. LEIA TAMBÉM: Colégio faz acordo com o Procon após denúncia de caso de racismo Motorista de app alega ter sido vítima de racismo por parte de professor Pesquisas recentes da Next Generation mostram que só 38% das pessoas pardas e 28% das pretas conseguem concluir o ensino superior, bem abaixo dos 51% da população branca. Além disso, a desigualdade aumenta ainda na pós-graduação. No doutorado em que estuda, o jurista e historiador Flávio Muniz é o único aluno negro da turma. “É um sentimento de gratidão por estar ocupando um espaço acadêmico de pesquisa. Gratidão ao instituto que me acolhe, mas também é um sentimento de profunda tristeza de que as pessoas negras ainda são a minoria que chegam até esse espaço da pós-graduação", destacou. O historiador ainda afirmou que o maior desafio não é entrar, mas permanecer na universidade. "As realidades externas dessa pessoa, no geral, a realidade econômica, a realidade familiar, a realidade logística, tudo isso conspira para que a pessoa negra não tenha as mesmas ferramentas para conseguir prosseguir nos estudos". Treze em cada 100 alunos matriculados na UFU são pretos ou pardos, aponta instituição TV Integração/Reprodução VEJA TAMBÉM: Sistema de cotas entra em vigor na UFU no primeiro semestre de 2013 Sistema de cotas entra em vigor na UFU no primeiro semestre de 2013 VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2025/11/20/apenas-13percent-dos-estudantes-da-ufu-sao-negros-a-exclusao-comeca-muito-antes-do-vestibular-afirma-pro-reitor.ghtml


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