Entregador que socorreu mulher trans após agressão em BH diz que tentou pagar dívida de R$ 22; 'não encosta mais na menina', pediu

  • 26/11/2025
(Foto: Reprodução)
Vídeo registra grito de socorro de mulher trans que morreu após ser agredida A polícia ouviu, nesta terça-feira (25), o motociclista que socorreu Alice Martins Alves, mulher trans que foi brutalmente agredida na Savassi, na Região Centro- Sul de Belo Horizonte. A vítima morreu em 9 de novembro, depois de ser internada em um hospital para tratar complicações das agressões que sofreu em 23 de outubro. O motociclista disse que chegou a tentar pagar os R$ 22 que motivaram o espancamento. Câmeras de segurança flagraram o momento em que Alice, de 33 anos, pediu ajuda e gritou por "socorro" (veja vídeo acima). Lauro César Gonçalves Pereira, de 32 anos, relatou que estava trabalhando quando viu Alice no chão, e dois homens próximos a ela. De acordo com o motociclista, quando ele avistou Alice, as agressões já havia terminado. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp LEIA TAMBÉM: Vídeo mostra pedido de socorro de mulher trans que foi espancada em BH e morreu dias depois Inicialmente ele pensou que se tratava de uma vítima de atropelamento, mas ouviu os xingamentos dos dois suspeitos e decidiu parar para ajudar. "Eles falaram que eu estava apoiando ladrão, e eu perguntei: 'qual o motivo de vocês fazerem isso com ela?' E falaram que ela roubou, daí falei 'quantos é?' . Ele falou: 'é R$ 22 , você vai pagar?' . Eu falei, 'eu pago', mas continuaram gritando e xingando. Acabei falando com eles: 'o que vocês decidirem é isso mesmo, só não encosta mais na menina. Olha o que vocês já fizeram com a moça. Porque vocês não chamam a polícia?'", disse Lauro César. Lauro César Gonçalves Pereira, motociclista que socorreu Alice Alves Reprodução/TV Globo Post nas redes sociais O motociclista afirmou que os dois homens fugiram antes da chegada da Polícia Militar, e quando ele viu uma viatura, acenou para os militares, que o ajudaram e levar a vítima para um pronto-atendimento. Segundo ele, Alice ainda tentou pedir para que ele a levasse para casa, mas ela estava muito machucada e com sinais de desorientação. ✅Mande sua denúncia, reclamação ou sugestão para o g1 Minas e os telejornais da TV Globo Ainda segundo Lauro César, ele socorreu a vítima, mas não tinha ciência da gravidade dos ferimentos. Apenas dias após o ocorrido, ao se deparar com uma publicação sobre o caso nas redes sociais, o entregador fez um comentário revelando seu envolvimento no socorro. 'Eu vi uma postagem e falei com minha esposa: 'eu ajudei essa moça aí', e fiz um comentário lá no post. Daí esperei a polícia me acionar. Eu sempre agi dessa forma, minha mãe sempre me ensinou a ajudar as pessoas. Eu pararia para qualquer pessoa", contou o motociclista. Segundo a Polícia Civil, Alice só não morreu no local do crime porque o entregador interveio, interrompeu o espancamento e chamou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Fontes ligadas ao caso afirmaram que ele foi chamado para prestar depoimento nesta terça-feira (25). Câmeras flagraram pedido de socorro No vídeo, é possível ouvir a mulher pedindo "socorro" ao menos quatro vezes e, em seguida, repetindo "alguém me ajuda" (veja vídeo acima). A sequência das imagens mostra o que seria uma conversa entre um dos autores das agressões e um motociclista que intercedeu pela vítima: "Motoca, 'cê' também, mano, não envolve em situação que 'cê' não tem nada a ver não. 'Cê' 'tá' envolvendo, mano, 'cê' não tem nada a ver com o BO, acaba sobrando 'pra' você também, mano [...]. 'Cê' não tem nada a ver com o bagulho", disse um dos suspeitos. Agressor: Motoca, 'cê' também, mano, não envolve em situação que 'cê' não tem nada a ver, não. Motociclista: Ô, mano, eu não envolvi, não. Agressor: 'Cê' 'tá' envolvendo, mano, 'cê' não tem nada a ver com o BO, acaba sobrando 'pra' você também, mano. Motociclista: Isso aqui é "paia", tá ligado? Isso aqui é "paia", entendeu? [inaudível] Agressor: Acaba sobrando 'pra' você também, mano. 'Cê' não tem nada a ver com o bagulho, mano. Motociclista: Agora eu tenho, ué. Agressor: Então vai lá pagar a conta dela, então, ué. Paga lá os R$ 22 e morreu o desembolo". Motociclista: Vamos ver que que dá isso aí. Bater nos outros é fácil. Espancada ao sair de bar Conforme o boletim de ocorrência, a vítima saia de um bar em direção à Avenida Getúlio Vargas quando foi atacada pelo suspeito. Ele estava acompanhado de outros dois funcionários do estabelecimento, que riram da agressão. Ainda de acordo com o registro policial, Alice desmaiou e foi socorrida por pessoas no local. Ela sofreu fraturas nas costelas, desvio de septo nasal e perfuração no intestino. Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil disse que a mulher tinha o hábito de frequentar o bar. No dia do crime, ela foi sozinha e ficou durante um tempo bebendo. Em determinado momento, levantou-se e foi embora, esquecendo-se de pagar a conta de R$ 22. Por isso, foi perseguida e espancada pelos funcionários. O caso é investigado como feminicídio pelo Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios (Neif) do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A instituição também a apura se as agressões foram mais intensas pelo fato de Alice ser uma mulher trans — ou seja, se houve transfobia. Os suspeitos do espancamento foram identificados pela Polícia Civil como funcionários de um bar que Alice costumava frequentar. Eles teriam cometido o crime devido a um desacordo sobre o pagamento de uma conta de R$ 22. Alice Martins Alves, de 33 anos, morreu após sair de um bar, em BH Arquivo pessoal Vídeos mais vistos no g1 Minas:

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/11/26/entregador-socorreu-alice-mulher-trans-apos-agressao.ghtml


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