Marcos Valério, operador do mensalão, é alvo de operação contra sonegação em atacadistas em MG

  • 02/12/2025
(Foto: Reprodução)
Ministério Público de Minas Gerais investiga fraude tributária de R$ 215 milhões envolvendo supermercados Uma operação conjunta do Ministério Público, Receita e polícias de MG deflagrada nesta terça-feira (2) apura um esquema estruturado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo atacadistas, redes de supermercados e empresas do setor varejista no estado. Entre os alvos dos 15 mandados de busca e apreensão está o empresário Marcos Valério, condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como operador do mensalão. Ele cumpre pena domiciliar em Nova Lima, na Grande BH. Ninguém foi preso na operação desta terça. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Segundo o documento que embasou as buscas, ao qual a TV Globo teve acesso, Marcos Valério é considerado "participante do núcleo executivo da organização criminosa, possuindo superioridade hierárquica em relação aos demais investigados". Fontes ligadas às investigações afirmam que ele coordenou o esquema que ajudou empresas do setor atacadista a sonegar impostos. A Operação Ambiente 186 foi deflagrada na Região Metropolitana de Belo Horizonte e no Centro-Oeste de Minas. Não foram divulgados detalhes sobre os alvos do esquema. R$ 215 milhões em ICMS não foram recolhidos Segundo o Ministério Público, as empresas investigadas deixaram de recolher mais de R$ 215 milhões em ICMS ao longo dos últimos anos. Entre as empresas e supermercados alvos da operação está a rede Coelho Diniz, que atua no Leste de Minas Gerais e possui cerca de 25% das ações do Grupo Pão de Açúcar. A família Coelho Diniz afirmou em nota que a rede de Supermercados Coelho Diniz "não é alvo da investigação" (leia mais abaixo). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sedes de companhias e residências de empresários e funcionários. Foram apreendidos celulares, documentos, equipamentos eletrônicos e três veículos de luxo usados na lavagem de dinheiro. Também foi determinada pela Justiça indisponibilidade de bens no valor de R$ 476 milhões. RELEMBRE: Quem é o empresário Marcos Valério ENTENDA: Como funcionava o esquema O caso é analisado pela 4ª Vara de Tóxicos, Organizações Criminosas e Lavagem de Bens e Valores de Belo Horizonte, responsável por crimes financeiros complexos. O processo corre em sigilo absoluto, por determinação judicial, para garantir a eficácia das diligências. Além das fraudes fiscais, o Ministério Público também apura indícios de corrupção e financiamento ilícito. Na decisão que autorizou as medidas, o magistrado destacou indícios suficientes dos crimes e a necessidade das ações para evitar destruição de provas. O que dizem os citados A defesa de Marcos Valério disse que ele "sempre se colocou integralmente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos, pautando sua conduta pela legalidade, transparência e cooperação". Destacou também que, na busca e apreensão realizada na casa do investigado, não foi "localizado qualquer material de natureza ilícita". A família Coelho Diniz afirmou que a rede Supermercados Coelho Diniz "não é alvo da investigação, assim como não são alvo os investimentos da família Coelho Diniz no Grupo Pão de Açúcar". "A HAF Distribuidor ainda não teve acesso às informações da operação que resultou nas medidas cautelares patrimoniais e de busca e apreensão realizadas nesta data. De qualquer forma, afirma a inexistência de autuação fiscal e respectivo lançamento de crédito tributário", declarou. ✅Mande sua denúncia, reclamação ou sugestão para o g1 Minas e os telejornais da TV Globo INFOGRÁFICO: como era o esquema que sonegou R$ 215 milhões em MG Arte/g1 Viaturas da polícia e da Receita cumprem mandados de busca e apreensão em Contagem nesta terça-feira (2). Daniel Vilas Boas/TV Globo O esquema Segundo o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (Cira-MG), que reúne os diferentes órgãos e instituições envolvidos na operação, o esquema funcionava por meio da criação de “empresas de fachada”. Conhecidas no jargão fiscal como “barrigas de aluguel”, essas empresas eram abertas exclusivamente para emitir notas fiscais falsas e simular operações interestaduais. A prática permitia ocultar a circulação real das mercadorias e evitar o pagamento de impostos estaduais, incluindo o ICMS devido por substituição tributária. Na prática, as notas simulavam vendas para fora de Minas para reduzir a tributação, mas os produtos eram encaminhados a redes como o Coelho Diniz e outros estabelecimentos no estado. As investigações, conduzidas há mais de 18 meses, apontam que mais de 100 empresas são suspeitas de integrar o esquema, sendo cerca de 30 delas alvo das buscas desta terça-feira. De acordo com o Ministério Público, o grupo reduzia artificialmente os preços das mercadorias, ampliava os lucros ilícitos e prejudicava a concorrência, apropriando-se indevidamente do imposto que deveria ser recolhido ao Estado. As autoridades também analisam movimentações financeiras e irregularidades contábeis para comprovar lavagem de dinheiro e ampliar a responsabilização dos envolvidos. A operação contou com a participação de seis promotores de Justiça, três delegados da Polícia Civil, 58 auditores da Receita Estadual, dois auditores da Receita Federal, 65 policiais militares, 54 policiais civis, nove bombeiros militares e 15 servidores do Ministério Público. Criado em 2007, o Cira-MG reúne o Ministério Público, a Receita Estadual, a Advocacia-Geral do Estado, a Polícia Civil e a Polícia Militar para atuar no combate a fraudes tributárias estruturadas. Em 18 anos, as ações do comitê resultaram na recuperação de mais de R$ 16 bilhões aos cofres públicos. Sede do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em Belo Horizonte. TV globo Vídeos mais vistos no g1 Minas Gerais

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/12/02/operacao-apura-esquema-de-sonegacao-milionaria-em-atacadistas-de-mg.ghtml


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