Queimadas e tempo seco acendem alerta para doenças respiratórias; veja como se cuidar
05/10/2025
(Foto: Reprodução) Incêndio na Serra da Calçada entra no 4º dia de combate
Os incêndios que atingem Belo Horizonte e cidades da Região Metropolitana nas últimas semanas têm causado impactos além da destruição ambiental.
A fumaça que se espalha pelas áreas urbanas vem afetando o ar respirado pela população e provocando aumento nos casos de doenças respiratórias. Em alguns pontos, as chamas chegaram a se aproximar de casas, comércios e até de hospitais.
Equipes dos Bombeiros e brigadistas atuaram dia e noite no combate ao fogo em áreas de vegetação, tanto na zona rural quanto em terrenos urbanos. O cheiro forte de fumaça tomou conta de várias regiões e provocou sintomas respiratórios em moradores.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte mostram que, em setembro, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os centros de saúde da capital registraram 47.584 atendimentos por doenças respiratórias. Em agosto, o número foi ainda maior: 55.429 registros.
A fuligem que se espalha pelo vento após as queimadas é composta por partículas minúsculas e tóxicas. Essas partículas podem atingir as vias aéreas e causar inflamações, resultando em crises de asma e bronquite, chiado no peito, falta de ar, irritação nos olhos e na garganta.
Entre as recomendações dos profissionais de saúde estão evitar atividades físicas ao ar livre em dias de baixa umidade ou alta concentração de fumaça, manter-se hidratado e proteger o ambiente interno com umidificadores ou panos úmidos.
Incêndio em Belo Horizonte.
TV Globo
Agravamento de outros problemas de saúde
A médica pneumologista Michele Andreata alerta que a fumaça tóxica dos incêndios pode agravar ainda mais os problemas de saúde.
“Essa fumaça contém principalmente fuligem, monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio, que são os gases mais tóxicos. Aquela pessoa que já tem pressão alta fica mais vulnerável a um infarto e a um AVC”, alertou.
Segundo a especialista, a inalação desses gases pode comprometer o transporte de oxigênio na corrente sanguínea e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
Crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes estão entre os mais vulneráveis, mas toda a população deve adotar medidas de prevenção.
“Sentiu que está com a fumaça muito perto, fecha a janela e a porta, para evitar que essa fumaça entre em casa. Segundo, umidificador para o ambiente, e trocar o lugar dele para não gerar excesso de umidade em um lugar só. Se não for possível, toalha úmida ou um balde de água já ajudam”, orientou a médica.
Fumaça durante incêndio em BH.
TV Globo
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