Relembre acidente com avião de DJ Alok; relatório do Cenipa cita falha humana e excesso de peso
13/12/2025
(Foto: Reprodução) Avião que transportava DJ Alok saiu da pista em 2018 em Juiz de Fora
Reprodução/TV Integração
Sete anos depois, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu que o excesso de peso da aeronave e falhas da tripulação foram determinantes para o acidente com o avião do DJ Alok, no Aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora.
O artista e outras oito pessoas que estavam a bordo não se feriram, mas o acidente chamou atenção, já que o jato atravessou a pista e parou em uma área de grama, a poucos metros de um barranco.
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O caso aconteceu há 7 anos, na tarde do dia 20 de maio de 2018, quando a aeronave decolava após um show do artista no Parque de Exposições de Juiz de Fora.
O DJ seguiu viagem após o susto e chegou a comentar nas redes sociais que havia “renascido”. O g1 entrou em contato com a assessoria do artista, mas não obteve retorno.
DJ Alok no Instagram após incidente com avião em Juiz de Fora em 2018
Após o incidente, ele e a equipe alugaram um carro para continuar a viagem. O show que seria realizado em Belém (PA) foi cancelado.
Decisões operacionais inadequadas
O relatório final, divulgado no dia 25 de novembro, não tem o objetivo de determinar responsabilidades criminais, mas sim prevenir novos acidentes.
Durante as investigações, foi concluído que a aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AAA, de propriedade do DJ, tentou decolar com 175 kg acima do peso máximo permitido pelo fabricante.
O Cenipa concluiu que, durante a corrida de decolagem, a luz de aviso 'NO TAKEOFF' acendeu duas vezes, o que sinalizou risco na operação. Mesmo assim, os pilotos continuaram o procedimento até próximo da velocidade de rotação (VR) e só então decidiram abortar, já de forma tardia.
🔎 O termo 'NO TAKEOFF' no avião refere-se a um aviso crítico de segurança que indica que a aeronave não está configurada corretamente para uma decolagem segura.
Como o procedimento foi interrompido já em alta velocidade, o avião ultrapassou o limite da pista e parou em uma ribanceira.
Falta de atualização de dados e passageiros extras
O relatório afirma que o voo tinha como destino Belém (PA), após apresentação do artista em Juiz de Fora. A bordo estavam dois pilotos e sete passageiros, sendo que três deles embarcaram sem coordenação prévia com a tripulação.
Stories de Alok no Instagram após o acidente em 2018
Reprodução/Alok/Instagram
Essa alteração não foi registrada no sistema de gerenciamento de voo (FMS), o que levou os pilotos a acreditar que a aeronave estava dentro do peso máximo permitido.
O modelo Cessna 560XL tinha limite de 9.072 kg para decolagem, segundo o fabricante. No entanto, no momento da tentativa de decolagem, a aeronave pesava cerca de 9.247 kg, ou seja, 175 kg acima do peso máximo permitido.
A investigação também identificou:
Falhas de comunicação entre o operador e a tripulação;
Planejamento inadequado e falta de coordenação na cabine (incluindo ausência de procedimentos definidos para situações de emergência);
O aviso 'NO TAKEOFF' já havia acendido no dia anterior ao incidente, sem gerar consequências.
Para os investigadores, essa experiência pode ter levado os pilotos a supor que o alerta se tratava apenas de um mau contato, o que favoreceu uma postura de complacência, não dando a devida atenção.
Centro de Investigação concluiu relatório sobre acidente com avião do DJ Alok
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