Sul de Minas registra 18,3 mil casos de violência contra a mulher nos 10 primeiros meses do ano
15/12/2025
(Foto: Reprodução) Em 10 meses de 2025 foram registrados 18.276 casos de violência contra mulheres nos 164 municípios do Sul de Minas. O número representa um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período de 2024 e de 5,2% em relação a 2023.
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Entre as maiores cidades da região, Poços de Caldas, foram 1.319 casos de violência doméstica e familiar contra mulheres, 31 a mais do que os 1.288 registrados em todo o ano de 2024 (veja gráfico abaixo). Uma média de quatro casos por dia.
De acordo com os dados, os crimes mais comuns são agressões físicas, ameaças e o descumprimento de medidas protetivas.
Violência contra a mulher
Jainni Victória
Varginha foi a cidade que registrou maior aumento percentual. Foram 1142 casos entre janeiro e outubro. Um aumento de 17,5% em relação ao ano passado.
O crime mais comum foi de violência psicológica, seguido de ameaça, lesão corporal e agressão física.
Em Pouso Alegre e Passos houve redução no registro de violência contra a mulher.
Em Pouso Alegre, de janeiro a outubro, foram 1.123 casos, 25 menos do que em 2024. Os crimes mais cometidos foram lesão corporal, ameaça, violência psicológica e perseguição.
Em Passos, foram registrados 900 casos em dez meses, 16 menos que em 2024, sendo os mais comuns agressão física, lesão corporal, ameaça e violência psicológica.
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Especialistas têm o consenso de que a melhoria da rede de acolhimento contribuiu para o aumento das denúncias.
"Eu acredito que as mulheres estão mais preparadas para a denúncia e também estão uma maior rede de apoio, tanto no sentido das estruturas públicas, as delegacias estão mais preparadas para receber. Então a gente tem esse panorama do preparo da consciência da violência", afirma socióloga e advogada Maria Cláudia da Arcadia.
A delegada da Delegacia da Mulher de Passos, Mariana Floravante, ressalta a importância de fazer a denúncia.
"A principal orientação é uma mulher que é vítima de uma ameaça, uma injúria, qualquer tipo de crime, é uma mulher que está em situação de risco. Ou seja, ela precisa procurar ajuda o mais rápido possível. Não espere essa agressividade aumentar, procure a polícia, as outras instituições o mais rápido possível e denuncie", orienta.
Para Maria Cláudia, tão importante quanto registrar os casos, são as medidas que devem ser tomadas em relação ao seu aumento.
"Houve uma crescente de denúncia e de casos. Agora, o que a gente precisa ver é o que vamos fazer com esses números. Nós já temos os dados, nós já temos uma lógica do ciclo da violência, agora nós precisamos transformar isso num trabalho de prevenção. A reversão só vai acontecer com um grande projeto de prevenção multidisciplinar. Tem que tratar nas escolas, tem que tratar na saúde primária, em todos os setores da política pública. Os homens precisam entrar nessa luta também. Afinal de contas, as vítimas são as mulheres, mas os agentes são os homens", afirmou a socióloga.
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