Uberlândia tem a quarta maior favela de Minas Gerais, segundo o IBGE
09/12/2025
(Foto: Reprodução) Censo: IBGE divulga características sobre as vias de favelas e comunidades
Uberlândia tem a quarta maior favela de Minas Gerais. O Residencial Integração, com 13.136 moradores em 4.473 domicílios é umas das 24 comunidades urbanas mapeadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo 2022 na cidade.
🔎 Em 2024, o IBGE deixou de usar “aglomerados subnormais” e passou a adotar “favelas e comunidades urbanas”. A mudança, debatida com movimentos sociais, academia e órgãos públicos, retomou o termo “favela” usado desde 1950 e incorporou “comunidades urbanas”. Segundo o instituto, os critérios de identificação e mapeamento não mudaram — apenas o nome e a forma de apresentá-los. Entenda mais no final da reportagem.
Na maior cidade do Triângulo Mineiro, quase 32 mil (31.985) pessoas moravam nessas localidades em 2022, de acordo com dados divulgados pelo instituto na última sexta-feira (5). Esse número representa 4,5% da população da cidade registrada pelo mesmo levantamento.
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No total, são 10.800 domicílios em favelas e comunidades de Uberlândia divididos entre:
10.260 (95%) casas
411 (3,81%) estruturas residenciais permanentes degradadas ou inacabadas
79 (0,73%) habitações em casa de cômodos ou cortiço
33 (0,31%) apartamentos
17 (0,15%) casas de vila ou em condomínio
Favelas e Comunidades Urbanas de Uberlândia em 2022
Coleta de lixo, saneamento e abastecimento de água
Dos 10,8 mil domicílios em favelas e comunidades de Uberlândia, 98,8% têm coleta de lixo. O restante é queimado ou enterrado na propriedade, jogado em terreno baldio, encosta ou área pública ou tem outro destino.
Contudo, menos da metade (49,3%) dos domicílios tinham acesso a esgoto e saneamento, com rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede do Município. Veja:
5.324 (49,3%) dos domicílios têm rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede
1.481 (13,7%) contam com fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede
3.919 (36,3%) têm com fossa rudimentar ou buraco
13 (0,3%) contam com vala
19 (0,1%) têm com esgotamento sanitário em rio, lago ou córrego
31 (0,2%) contam com outra forma de esgotamento sanitário
13 (0,1%) não tinham banheiro nem sanitário
Já a principal forma de abastecimento de água para 95,1% já era de canalizada até dentro da casa, apartamento ou habitação. Outros 4,4% tinham água canalizada, mas apenas no terreno. E apenas 0,5% dos domicílios viviam sem água canalizada.
Pavimentação, acessibilidade e arborização
Menos da metade (48,2%) dos domicílios em favelas e comunidades em Uberlândia estão em vias pavimentadas, de acordo com os dados do IBGE. Mas 81,5% têm arborização no domicílio ou entorno.
Além disso, pouco mais da metade (58,5%) dessas residências têm calçadas ou passeios. Dentre os locais com calçadas e passeios, quase não existe acessibilidade: 56,5% têm obstáculos e apenas 10% têm rampas para cadeirantes.
Educação, saúde e religião
Das 24 favelas e comunidade em Uberlândia, em 2022, 13 tinham estabelecimentos religiosos. Ao todo, eram 101 locais religiosos distribuídos entre Glória (15), Santa Clara (5), Maná (6), Zaire Resende 2 (4), Irmã Dulce (6), Bom Jesus (1), Fidel Castro (4), Residencial Integração (52), Monte Horebe (3), Morada Nova (1), Rua Antônio Carlos Marins Ribeiro (2), Santo Antônio (1), e Carlito Cordeiro (1).
Além disso, duas localidades tinham a soma de seis estabelecimentos de ensino: Residencial Integração (5) e Zaire Resende (1). E nenhum tinha qualquer tipo de estabelecimento de saúde, conforme o IBGE.
Como o IBGE define o que é favela e comunidade urbana
Moradia no Barraco Residencial Integração
Polícia Militar/Divulgação
Para o IBGE, favelas e comunidades urbanas são territórios populares formados por iniciativas autônomas da população para garantir moradia e serviços diante da insuficiência do poder público e da iniciativa privada.
Esses espaços revelam a desigualdade socioespacial do país, marcada pela falta de infraestrutura, serviços e proteção ambiental, além da insegurança jurídica da posse, que aprofunda vulnerabilidades e dificulta a garantia do direito à moradia.
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